Alfabetizando por meio da leitura
Aprender a conhecer é
adquirir as competências para a compreensão, incluindo o domínio dos próprios
instrumentos do conhecimento. Quem aprende a conhecer aprende a aprender, e
isso é fundamental para as relações interpessoais, as capacidades profissionais
na construção de uma vida digna!”(Celso Antunes).
1. Introdução
“A leitura do mundo precede a leitura da
palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade
da leitura daquele.” (Paulo Freire)
Entende-se que a leitura é
uma condição básica para a aprendizagem dos diversos saberes, isto é, ela é o
ponto de partida para o apoio das múltiplas atividades propostas aos alunos
durante o processo de aprendizagem, trazendo, como consequência imediata, o
crescente interesse pelas atividades relacionadas às diversas áreas do
conhecimento. Especialmente falando da literatura universal.
Atualmente,
a maioria dos alunos não se interessa pela leitura, mesmo sabendo que ela é de
suma importância para o aprendizado. A cada ano que passa, aumenta o índice de
alunos que chegam ao 6º Ano do Ensino Fundamental II, sem saber ler e esse
problema estende-se ao 7º. Ano, e porque não dizer, ao Ensino Médio. Infelizmente
a leitura, para os alunos, está associada a um ato de desprazer. Seria esse o
motivo de os alunos não gostarem de ler? Entendemos que o ensino fundamental é
a base do conhecimento que se construirá durante a vida e que a leitura é de
suma importância nessa construção. E esse pensamento deu origem ao projeto
“Alfabetizando por meio da leitura”, o qual tem como público alvo os alunos de
1º. a 9º. Ano de Escolaridade da
E.M.E.F. “Dr. Mário Covas Júnior”.
Segundo Emília Ferreira e
Ana Teberosky, a psicogênese da leitura e da escrita deve ser analisada e
melhor compreendida sob uma visão interacionista desde que seja associada a
outros aspectos linguísticos, político-sociais e filosóficos. Esse tipo de
abordagem nos permite reconhecer, aceitar na prática o aluno como sujeito de
aprendizagem. Portanto, o aluno não é alfabetizado pelo professor, mas ele
próprio se alfabetiza à medida em que ele vai interagindo com a leitura e com a
escrita, até que ele próprio consiga compreender, de forma conceitual, o que é
ler e escrever.
O aluno está envolto na
modernidade da vida e esta, tem como obsessão redescobrir ou reinventar a
verdade última da vida ou da condição humana, numa tentativa de suprir o vazio
consequente das incertezas. O estímulo a leitura é fazer dessa busca uma prática diária. Redescobrir
que a informação e interpretação de fatos registrados são formas incessantes da
coexistência do homem com a sua criatividade, imaginação e seus sonhos. No ato
de ler, pode-se criar a arte e a arte criar o real.
Fazer do hábito de ler uma
extensão das atividades cotidianas comuns ao nosso viver diário tornou-se a
preocupação básica de educadores. A leitura só é realizada entre homens e esse
ato gera relações humanas que dinamizam a cultura.
“As experiências conseguidas através da
leitura, além de facilitarem o posicionamento do ser do homem numa condição
especial(usufruto dos bens culturais escritos), são, ainda, as grandes fontes
de energia que impulsionam a descoberta,elaboração e difusão do conhecimento”
(TEODORO, 1985).
Segundo Lisboa (1977), uma
importante função da leitura é expressa em: “Quando se diz que o importante nos
livros, está nas entrelinhas, ou atrás das palavras impressas, o que se quer
dizer é que aquilo que os livros contêm não é diferente da vida, escritos por
homens, eles refletem o que é humano”.
Isso só tende a confirmar o
que dissera Jorge Luis Borges sobre o livro: “O microscópio e o telescópio são
extensões da nossa visão; o telefone é a extensão da
nossa voz; em
seguida, temos o arado e a espada, extensões do nosso braço. O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão da nossa
memória e da nossa imaginação.”
2. Justificativa
“Um livro só
começa a existir quando um leitor o abre”.(Elias Thomé Saliba)
Com as constantes barreiras encontradas entre os
discentes em relação ao ato de ler, procuramos identificar as possíveis causas,
as quais poderiam sugerir esse estado de aversão a leitura ou a “famosa
preguiça de ler”. É um tanto pretensiosa a tentativa da descoberta de tal fato,
porém algumas situações foram possíveis de ser observadas e consideradas
relevantes para que se obtenha um bom entendimento do problema crônico
existente no meio estudantil em relação à leitura.
Em termos de
realidade educacional, a importância da leitura pode ser explicitada da
seguinte forma:
- Leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda à própria vida do Ser Humano;
- Leitura está intimamente relacionada com o sucesso acadêmico do ser que aprende; e, contrariamente, à evasão escolar;
- Leitura é um dos principais instrumentos que permite ao Ser Humano situar-se com outros, expressar sua opinião, discutir e criticar para se poder chegar à práxis;
- A facilitação da aprendizagem eficiente da leitura é um dos principais recursos de que o professor dispõe para combater a massificação galopante, executada principalmente pela televisão;
- A leitura, possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser único meio de desenvolvimento a originalidade e autenticidade dos seres que aprendem.
Diante das funções da leitura, apresentadas de
forma resumida, analisamos as condições dos alunos que recebemos no Ensino
Fundamental II, a maioria não possui
preparo adequado para apresentar, em suas vidas acadêmicas, as condições
mínimas habilidades específicas para o desenvolvimento das tais competências
exigidas ao desempenho do ato de ler e do gosto pela leitura.
“O
insucesso dos alunos em compreender
textos (...) transparece na hora de ampliar, confirmar ou modificar
nosso modelo de mundo. No entanto esse fracasso é, na verdade, muito mais
básico. (...) o problema é que alcançam um grau tão baixo de representação
textual que ficam impedido de ir mais além do texto.” (SÁNCHEZ MIGUEL, 1995)
Uma geração nova está a florescer no Brasil, e não é difícil
de perceber o que está ocasionando tantos distúrbios nos interesses literários
dos jovens de hoje; quando os pais não partilharam com os seus filhos o que
aprenderam quando crianças. Quantos alunos
puderam passar a sua infância ouvindo estórias de contos de fadas,
lendas, poesias e as várias formas de literatura infantil? O velho hábito de
ler para as crianças virou moda passada, e o momento mágico de ouvir o filho
narrar sobre como foi o seu dia também.
Segundo Bruner (2000), Jamais saberemos “se
aprendemos a narrativa por meio da vida ou a vida, por meio das narrações”.
Alunos desprovidos
de sonhos, de expressão crítica, de informação, de tradições familiares, de
valores e de ideais de vida: esse é o resultado encontrado entre crianças que
não têm o prazer de ler. São destituídas da formação do caráter de leitor em
sua vida.
Uma vida em formação que não pode ser perdida na sua sensibilidade e na
sua imaginação. Para isso o que se propõe é a experimentação, desenvolvimento e propagação de
alternativas de novas atividades pedagógicas por meio do: convívio social e
expressão cultural.
Ler é penetrar em
outros mundos possíveis. É indagar sobre a realidade para compreendê-la melhor,
é distanciar-se do texto e assumir uma postura crítica diante daquilo que se
diz e do que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura
escrita. (LERNER,1996)
3. Objetivo
da Aprendizagem
Objetivo
geral
Este projeto tem como
objetivo interessar os alunos pela leitura, considerando os desafios da nossa
realidade escolar no âmbito sócio – econômico e cultural, proporcionando-lhes
melhoria no desempenho de suas habilidades
e competências como leitores.
Objetivos
específicos
- Contribuir para ampliar a qualidade da escola através da inserção sistemática de processos de leitura prazerosa e crítica, com professores e alunos.
- Estimular o aluno a
expor suas ideias
e compartilhar suas descobertas
- Desenvolver, nos alunos,
a sensibilidade, a imaginação, a criatividade e a cidadania.
- A partir da leitura, os
alunos deverão conhecer e compreender os temas enfocados, contextualizando a
sua própria realidade.
- Despertar nos educandos
o interesse pela leitura, como ato construtivo, desenvolvendo o senso crítico,
a visão de si mesmo e do mundo.
- Desenvolver e ampliar o
vocabulário dos alunos, levando-os a expressar a mesma idéia de formas
diferentes; entender a denotação e a conotação da palavra, compreender a
plurissignificação dos vocábulos.
- Desenvolver a
habilidade: da escrita; da leitura; da interpretação e da oralidade, além da
expressão corporal.
- Incentivá-los a participar de concursos de redação, festival de teatro, olimpíadas, dentre outras atividades que estimulem a leitura, expressão oral e escrita.
- Recontar, ler, reescrever,
encenar e criar textos de diversos
gêneros.
4. Desenvolvimento do Projeto
- Informações gerais:
Pessoas envolvidas: Alunos de 1º. ao 9º ano
de escolaridade da E.M.E.F. “Dr. Mário Covas Júnior”, seus respectivos
professores.
O
projeto será desenvolvido durante o ano letivo de 2014
Materiais necessários
- __________________Papel pardo;
- __________________Canetas coloridas, giz de cera, pincel, lápis de cor;
- __________________Papel ofício duplo;
- __________________Giz colorido e branco;
- __________________Revistas (Quadrinhos e diversas áreas)
- __________________Livros (poesias, contos, crônicas, romances);
- __________________Cola;
- __________________Tesoura.
- __________________ Máquina fotográfica
5. Etapas do
trabalho (metodologia)
1º. Passo: Contar histórias, pedir a um aluno (variar na escolha do
“recontador” de histórias, para que todos possam participar), pedir aos alunos
que escrevam a história no caderno de redação.
2º.
Passo: Direcionar o
trabalho de leitura priorizando a sugestão
de cada Ano de Escolaridade. (Histórias em quadrinhos, poemas, contos,
lendas, crônicas, romances, músicas, parlendas, revistas etc.). Diversificação
das atividades: roda de leitura; contador de histórias; teatro; rescrita
utilizando os diversos gêneros textuais, montagem de painéis etc.
3º.
Passo: Incentivar os
alunos a ler os livros do baú da classe e a retirar livros para leitura.
6.
Cronograma de execução
ATIVIDADES
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ANO III
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1º
Bi
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2º
Bi
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3º
Bi
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4º Bi
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Coleta
de dados e levantamento das dificuldades dos alunos.
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X
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Definição
dos livros a serem lidos.
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X
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X
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Estudo
da criatividade no momento de recontar a história ouvida ou lida.
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X
|
X
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X
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Descrição
das atividades desenvolvidas.
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X
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X
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X
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Avaliação
das aprendizagens.
Auto
avaliação.
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X
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X
|
X
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Análise
dos dados, elaboração de relatórios final das atividades de produção e
leitura de textos(redação).
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X
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6.1. Descrição das atividades
as quais serão desenvolvidas
6.2. Avaliação das
aprendizagens
6.3. Auto – avaliação
7. Produção do aluno
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